Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Você Conhece Enrico Bianco?

Esta semana vamos falar deste grande artista italiano radicado no Brasil: Enrico Bianco. Seus quadros são de uma beleza incomparável. Ele foi entrevistado pelo Roberto D'Ávila em seu programa. Vale a pena dar uma conferida. Seguem abaixo alguns de seus quadros e a biografia de sempre extraída da Wikipédia:





Enrico Bianco

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Enrico Bianco (Roma, 1918) é um pintor, desenhista, gravador e ilustrador italiano que veio para o Brasil em 1937 e aqui permanece até hoje.

Vida

Enrico Bianco (Roma, Itália 1918). Pintor, gravador, desenhista e ilustrador. Inicia seus estudos com Maud Latour, em Roma, na década de 1930. No Rio de Janeiro, entre 1935 e 1937, estuda com Candido Portinari (1903 - 1962) no Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal - UDF. No ano seguinte, trabalha com Portinari em diversas obras, destacando-se os murais do Ministério da Educação e Cultura - MEC, os painéis do Banco da Bahia, o edifício da ONU etc. Em 1940, realiza sua primeira individual no Copacabana Palace Hotel. Ilustra edição especial de Caçada de Esmeraldas, de Olavo Bilac, organizada por bibliófilos brasileiros e o álbum de gravação do poema sinfônico Anhanguera, de Hekel Tavares, em 1951.
Logo que chegou, conheceu Cândido Portinari de quem se tornou aluno e principal ajudante, tendo participado da feitura dos grandes painéis e murais executados pelo mestre. Um desses painéis é Guerra e Paz, produzido de 1953 a 1956, e presenteado à sede da ONU de Nova York; é uma das obras mais prestigiadas de Portinari. Enrico Bianco auxiliou o artista pintando os painéis com a ajuda de Rosalina Leão.[1]

Referências

1.                              Antonio Candido, Candido Portinari: Projeto Cultural Artistas do Mercosul. Banco Velox, 1997.

Bibliografia

  • Bianco: livro-documento. Apresentação de Pietro Maria Bardi. Rio de Janeiro, Léo Christiano, 1982. (285 págs.)
Apêndice extraído do site do pintor:

Um intelectual e dois artistas

Roma, 1935. Na vasta sala do velho casarão, o som de um piano transmite ao ambiente os acordes de um noturno de Chopin.
Sentado à mesa, um adolescente, nos seus 17 anos, mantém espalhados lápis coloridos, tintas e folhas com esboços de desenhos. Algumas pinturas vão tomando forma sobre alguns deles, inacabadas ainda, mas encaminhadas para a resolução, com a segurança de quem sabe o que está fazendo.
Ao lado, um senhor de meia idade confere os rascunhos de um texto que terminara há pouco e que espera colocar no correio antes do fim do dia.
O homem é Francesco Bianco, escritor e correspondente internacional do «Jornal do Brasil», do Rio de Janeiro. A pianista, sua mulher, é Maria Bianco-Lanzi que, além da virtuosidade e familiaridade com o teclado, é dotada de uma cultura invulgar.
O moço envolvido com as tintas é o filho dos dois, Enrico Bianco que, desde os seis anos de idade, incentivado pelos pais, vinha estudando desenho e pintura, tendo arrolados entre seus mestres alguns nomes conhecidos da arte italiana, como Deoclécio Redig de Campos, que chegou a diretor do Museu do Vaticano.
Agora, recebia aulas de Dante Ricci, outrora professor da família real, não tão famoso, mas igualmente capaz e severo, passando ao aluno não só as técnicas mas sobretudo um conceito de rígida disciplina, necessária para quem deseje levar avante qualquer trabalho artístico.

O pai levanta-se e vai ao correio levar seu trabalho. O moço, que treinava pelo menos seis horas ao dia, fica imerso em seus afazeres. E o som do piano prossegue, iluminando o ambiente e inspirando o artista.

Adio, Italia mia

Então, certa vez, o piano se calou. Silenciou para sempre. A família Bianco vivia naquele momento seus piores dias. Além da tragédia que se abateu sobre eles, com a dolorosa perda da esposa e mãe, os problemas se acumulavam, sem perspectiva de solução.

Francesco Bianco fora outrora um deputado pela democracia cristã e, com a ascensão do fascismo na Itália, caiu em desgraça. O «Jornal do Brasil», vivendo a crise dos anos 30 e sentindo os efeitos do fechamento do regime também no Brasil, após a posse de Getúlio Vargas, demitiu-o da posição de seu correspondente na Itália.

Com toda sua erudição e bom relacionamento na Itália, Francesco bem que poderia arrumar novo emprego mas, para trabalhar na imprensa ou em qualquer órgão de comunicação, precisaria ter a carteira de fascista, que nem ele queria tirar, nem lhe seria dada, por seus antecedentes políticos.

Havia outra saída possível, que era viajar para o Brasil, onde já estivera em 1920. Ali, tinha até uma promessa de emprego na Italcable, um serviço telegráfico por cabos submarinos que concorria com a Western americana. Mas para isso eram necessários os passaportes e estes lhe foram negados, por ser considerado um inimigo do governo, indesejável quando perto e incontrolável quando longe.

Avanti tutti

Sentindo as dificuldades emergentes, o médico da família, que era também cardiologista de Mussolini, propôs-se a buscar uma solução e, durante uma consulta de rotina ao ditador, arriscou uma frase: «A mulher de Bianco morreu».

«Eu sei», respondeu o Duce. A resposta era fria, mas não inamistosa ou ostensiva. O médico arriscou outra investida: «Ele quer três passaportes, para ele e as duas crianças.»

Um novo e prolongado silêncio e, então, Mussolini responde, firmemente: «Pois que preencha os papéis, que eu autorizo a emissão.»

E foi assim que, no ano de 1937, conduzido pelas forças do destino, Enrico Bianco chegou ao Rio de Janeiro, acompanhado do pai e da irmã, estabelecendo-se para sempre no Brasil. Meses após a chegada, teve um encontro que marcou-o pelo resto da vida.


A mão do garimpeiro

Havia seis meses que Bianco estava no Brasil quando o pintor Paulo Rossi lhe sugeriu visitar uma obra que Portinari estava preparando na sede do Ministério da Educação. Ele foi, mas só encontrou lá três ajudantes: Burle Marx (1909-1994), Inês e Ruben Cassa (1905).
Percebendo as dificuldades que os três estavam tendo com a ampliação, em afresco, da mão de um garimpeiro, pediu que o deixassem tentar e, contando com o assentimento, pintou sozinho aquele detalhe.
Pouco depois chega Portinari e, com intuição de mestre, percebeu a interferência, perguntando com irritação: «Quem é que fez aquela mão ali?» Os discípulos apontaram para Bianco, encolhido a um canto, a quem o mestre, aparentemente, deu pouca ou nenhuma atenção.
Bianco, se soubesse, nem teria ido lá mas, já que estava, deixou-se ficar, apreciando o desenvolvimento da obra. Pela hora do almoço, decidiu voltar à casa, despedindo-se de Portinari, que lhe perguntou, com a energia de sempre: «Mas, aonde vai?» «Vou para casa», respondeu Bianco.
O mestre estendeu-lhe a mão, com a mesma cara de zangado e lhe perguntou: «Mas amanhã você volta, não volta?»
Foi assim que, aos poucos, o jovem pintor foi se integrando à equipe de Portinari, tornando-se, por muitos e muitos anos, um valoroso colaborador.
A «mão do garimpeiro», a primeira intervenção de Bianco na pintura do mestre, continua lá, onde foi pintada. E a influência de Portinari em Bianco é visível em muitos de seus quadros. O pintor cresceu, ganhou vida própria, mas nunca se afastou do estilo que assimilou e aprendeu a respeitar.

Barrado no baile

A aproximação entre Bianco e Portinari, se de um lado só lhe trouxe orgulho e admiração, de outro, também lhe causou problemas, notoriamente pela aversão de alguns políticos brasileiros a Portinari, principalmente por sua ideologia e posições políticas. Conquanto o mestre não fosse um ativista, o simples fato de demonstrar simpatias ao comunismo o colocava sob a mira macartista e, com ele, todos aqueles que o seguiam.
Em 1960, o México cuidava da organização de sua 2ª Bienal e, desejando incluir nela alguns artistas brasileiros, mandou para cá um representante, o qual, entre outros, convidou Enrico Bianco, encarregado de preparar três quadros especialmente para o evento.
Como o Itamarati prontificou-se a pagar as despesas de viagem, achou-se no direito de rever a lista de convidados, riscando dela Bianco, sob a alegação de que ele nasceu na Itália, não representando, pois, a arte brasileira.
Mal deu para esconder a aversão ao pintor. Bianco nasceu na Itália mas fez-se no Brasil à sombra de um dos maiores mestres brasileiros. Sua temática era toda ela voltada para nossa terra, nossa gente, nossos costumes. Rubem Braga saiu em sua defesa, em artigo publicado pela revista «Manchete»:
«Vi os quadros. São melhores do que eu esperava; são bons quadros de pintura moderna em qualquer parte do país e do mundo, e são os quadros de um pintor formado no Brasil e sensível às sugestões e ao sentimento da vida brasileira; são, portanto, quadros excelentemente representativos da pintura brasileira em qualquer mostra internacional. Eu vi; e os críticos não podem discutir comigo, porque os críticos não viram.»
Não adiantou. Quando o Estado interfere na arte, a arte sempre leva a pior. E o artista também.

O mais brasileiro dos italianos

Enrico Bianco nasceu em Roma em 18 de julho de 1918. Embora italiano, veio para o Brasil ainda na adolescência, desenvolvendo sua arte em meio à efervescência do modernismo brasileiro, ativado a partir do Movimento Modernista de 1921 no Rio de Janeiro e ganhando consistência a partir da Semana da Arte Moderna de 1922 em São Paulo.

Conviveu com grandes mestres brasileiros da pintura, como Cândido Portinari, de quem foi discípulo, privou da amizade de Burle Max e recebeu rasgados elogios de gente de proa no mundo artístico, como Antônio Bento e Pietro Maria Bardi.

Por ter escolhido o Brasil como sua segunda pátria, por ter-se fixado aqui para sempre, e por ter desenvolvido aqui praticamente toda sua obra, com influência inegável de artistas brasileiros, e tendo, como tema de trabalho, a vida, os costumes e a sociedade brasileira, Bianco pode ser incluído, com muita propriedade, entre os Pintores do Brasil.
Texto de Paulo Victorino

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