Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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domingo, 9 de outubro de 2016

Resenha de Filme - A Passageira

A Passageira. Reabrindo Feridas.
Uma notável co-produção Peru, Argentina e Espanha sacode nossas telonas. “A Passageira”, filme escrito e dirigido por Salvador del Solar, consegue ser uma excelente película de ação e, ao mesmo tempo, ser um daqueles filmes latino-americanos que revolve com maestria o passado negro das ditaduras do continente. Tudo isso coroado com as belas atuações dos atores Damián Alcazár e a bela Magali Solier.
O filme mostra a história de Magallanes (interpretado por Alcazár), um taxista de Lima que é também motorista particular de um Coronel que sofre de Alzheimer (interpretado por Federico Luppi). Um belo dia, uma moça entra em seu táxi. É Celina (interpretada por Solier), que durante a ditadura militar peruana, era menor de idade e foi presa por Magallanes que, cumprindo ordens, a entregou para o Coronel que agora é senil. Mas na época, o Coronel a manteve em cárcere privado em seu quarto particular por um ano, usando e abusando da menina. Ao reconhecer Celina, Magallanes, que era apaixonado por ela, segue a moça e descobre que ela está em dificuldades financeiras. Surge então a ideia de Magallanes chantagear o Coronel para arrumar dinheiro para Celina e, assim, se redimir um pouco de seu passado de maldades de um soldado que seguia as ordens do regime autoritário. Mas os planos para a chantagem não sairão como o previsto, e situações espinhosas surgirão ao longo da trama.
Os dois atores protagonistas aqui chamam muito a atenção. Alcazár deu um show de interpretação. Sua obstinação em buscar se retratar por seu passado cheio de defeitos realmente convencia. Ele conseguia ser ponderado, safo e violento nas horas certas. Já Solier, apesar de parecer pouco no filme, roubou a cena todas as vezes em que apareceu. Sua beleza indígena era bem marcante e ela foi a responsável pelo momento de maior plasticidade de toda a película, a linda sequência onde Celina, desesperada, sobe morro acima no escuro da noite iluminado pelas luzes de Lima lá embaixo. Somente essa cena já vale o ingresso, onde a atriz expressa um paroxismo de dor e de sofrimento de um passado desesperador e humilhante que vem à tona. É uma pena que os “spoilers” me evitem de falar mais sobre essa personagem e essa atriz. Mas só vou falar rapidamente de mais uma coisa: será de Celina o clímax do filme, onde ela vai destilar todo o seu sofrimento e indignação de uma forma muito peculiar, que cria uma ponte entre os anos de autoritarismo da ditadura militar com o terrível passado colonial da América Espanhola. Esse, sem qualquer sombra de dúvida, é o momento alto do filme. Mas não quero estragar a surpresa.
“A Passageira” é um filme que, além de denunciar dos crimes da ditadura militar, mostra como a impunidade reina e algumas estruturas bem sólidas de autoritarismo sobreviveram aos efeitos do tempo, estando aí em tempos atuais de democracia. Magallanes ainda convive com pessoas que são o suprassumo da truculência e violência de tempos pregressos, indo dos capangas do filho do coronel, passando pelo major da delegacia de polícia, indo até a um amigo próximo que era saudoso dos tempos de repressão. O medo e a insegurança ainda subsistem, principalmente quando Magallanes põe a mão no vespeiro e tenta fazer a chantagem com gente graúda. Mas toda essa trama tensa consegue ser sintetizada num bom filme de ação moderada e muito bem escrito. A nossa atenção fica presa a tela o tempo todo e nem sentimos o tempo passar. E a história é muito bem amarrada, com um bom desfecho e a lição de que o dinheiro não consegue apagar os traumas do passado que devem sempre ser denunciados, ainda mais em tempos presentes de mentalidade altamente autoritária.

Dessa forma, “A Passageira” é um filme essencial, pois ele consegue entreter e fazer refletir ao mesmo tempo. Um bom filme de ação um tanto moderada, com um certo quê hollywoodiano, mas também com a temática cara a nós da América Latina, que é a repressão da ditadura militar. E isso com a presença de dois atores altamente competentes e cativantes. Vale muito a pena dar uma conferida nessa película.

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Cartaz do Filme no Peru

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Cartaz do Filme no Brasil

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Magallanes busca ajustar contas com seu passado

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Celina, um passado traumático

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Um reencontro, cheio de desencontros...

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Um coronel senil

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As mágoas virão à tona...





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